Marrocos
Descrição
Seja pela telenovela O Clone ou pelo filme Casablanca, o Marrocos ficou equivocadamente conhecido. Há muito mais contrastes e exotismo do que na ficção neste país de maioria muçulmana que é um reino desde 1957, um ano depois de libertar-se do domínio francês – o turista pode se comunicar no idioma de Catherine Deneuve ou em árabe, a língua oficial. Banhado por 2 800 quilômetros do Oceano Atlântico e por 530 quilômetros do Mar Mediterrâneo, o Marrocos ainda possui uma grande região montanhosa, com um sétimo do país a mais de 2 000 metros acima do nível do mar. Localizado no Magrebe, no noroeste do continente africano, faz fronteira com a Argélia e a Mauritânia. Ao norte, uma viagem de ferry boat cruzando o Estreito de Gibraltar deixa o visitante, cerca de 60 minutos depois, no sul da Espanha. O sol inclemente e a poeira do deserto do Saara contrastam com o farto colorido de suas medinas, como são conhecidos os antigos centros cercados de muralhas e forrados de comerciantes de todos os tipos. Rabat, a capital do país, não tem um turismo tão aquecido quanto Marrakesh, a cidade mais famosa e badalada do Marrocos com seus hotéis, spas e resorts de luxo. Tânger, Fez, Casablanca e Essaouira são outros destinos igualmente procurados pelos turistas, seja por suas praias encantadoras ou por seu comércio atraente e barato.
O país é razoavelmente seguro para o turista, mas existe uma grande insistência por parte dos mercadores, que tentam lhe empurrar todo tipo de badulaque. Mulheres também podem viajar sozinhas sem problemas, desde que tomem algumas precauções, como não andar em locais ermos.
Um dos grandes baratos do Marrocos é sua variada e rica cozinha. A confluência de pratos e ingredientes vindos dos povos nômades do deserto, de mediterrâneos, árabes e franceses criou uma identidade gastronômica única. As refeições vêm perfumadas com toques de açafrão, limões em conserva e hortelã - além de muitos outros condimentos, sempre envolvendo clássicos como o cuscuz e tajines variados.
Belas mesquitas, grandes paisagens, uma cultura singular e grandes pratos, o Marrocos é uma viagem que certamente atende aos sonhos daqueles que buscam o exótico.
COMO CHEGAR
Não há voos diretos entre o Brasil e o Marrocos. As alternativas mais fácies para se chegar ao país é ir primeiro a um país europeu e dali fazer uma conexão para cidades como Rabat, Marrakesh ou Fez. Via marítima, a opção é pegar os ferries que saem de Algeciras, no sul da Espanha, e vão para Ceuta (saídas a cada hora; a viagem dura 40 min) e Tânger (saída a cada 90 minutos; 2h).
COMO CIRCULAR
A melhor forma de circular pelo país é através de trens, razoavelmente pontuais, práticos e baratos. A pequena malha liga as principais cidades do país. Outras opções são excursões organizadas ou confortáveis ônibus de luxo, que também possuem preços bem razoáveis.
CIDADES: CASABLANCA
Esqueça o filme homônimo com Humphrey Bogart e Ingrid Bergman, totalmente rodado em Hollywood. Casablanca não é tão romântica nem glamourosa como o cinema a descreveu na década de 40. Centro financeiro e industrial do Marrocos, tem o maior porto do norte da África e seus quase 4 milhões de habitantes representam 10% da população marroquina. É uma metrópole cuja arquitetura foi inspirada em Marselha, daí alguns exemplos de art déco e art nouveau espalhados nos bulevares da cidade. Sua principal atração turística reside na gigantesca mesquita de Hassan II, a segunda maior do mundo, concluída em 1993, que pode receber até 25 mil fiéis (os não-muçulmanos também podem entrar para visitá-la). Recentemente, Casablanca tem oferecido ao turista uma infraestrutura hoteleira da melhor qualidade, sobretudo por estar investindo em seu litoral. No Le Corniche, um simpático calçadão à beira do Atlântico, há clubes e bares em praias exclusivas, onde se paga (e caro) para passar o dia. O comércio também espelha seu povo. Entre a pobreza e o luxo, convivem lojinhas baratas de artigos típicos e grifes como Dior, Fendi, Gucci e Cartier.
CIDADES: FEZ (FES)
Localizada no norte do Marrocos e com mais de 1,4 milhão habitantes, Fez tem 785 mesquitas e é a mais antiga das quatro cidades imperiais do Marrocos. Até 1912, era também a capital do país. Embora tenha uma parte moderna, chamada Ville Nouvelle, são nas medinas, como são chamados em árabe os antigos centros comerciais e residenciais emuralhados, que se concentram suas maiores atrações. A principal é a Fez El-Bali, Patrimônio da Humanidade pela Unesco desde 1981. Lá, o exotismo toma conta de um cenário único, cheio de ruelas labirínticas. Há souqs (os mercados) dedicados para cada atividade: roupas, cerâmicas, tapeçarias, artesanato, alimentação... Mas, quase lado a lado, podem conviver um pedaço enorme de carne de carneiro pendurada em ganchos com belas e delicadas pashminas coloridas. Outra curiosidade do local são os curtumes. Lojas e moradores chamam o visitante para subir nos terraços e acompanhar o trabalho dos funcionários tingindo o couro – prepare-se: o cheiro é de embrulhar o estômago. Também em El-Bali está a Mesquita de Karaouine, fundada no ano de 859, e também a universidade de mesmo nome, que reivindica o título de a mais antiga do mundo. Infelizmente, o interior fica vetado aos não-muçulmanos. Na parte nova de Fez, restaurantes, cafés e bares ficam lotados no verão, mas seu público é predominantemente masculino. Por seguir os costumes islâmicos, que proíbe bebida alcoólica, os homens tomam chá, café, água e refrigerante enquanto papeiam fumando narguilé num calor de 40 graus.
CIDADES: MARRAKESH
Se pretende visitar Marrakesh e sente-se mal no calor de 40 graus, pule os meses de junho a agosto. Nesta época do ano, a cidade, no sudoeste do Marrocos, possui clima muito seco (o que te obriga a beber, no mínimo, quatro litros de água por dia) e, durante à tarde, é quase impossível circular pelos lugares abertos. À noite, porém, com temperaturas mais amenas, Marrakesh mostra porque é considerada a cidade mais badalada do país – não à toa, o estilista Yves Saint-Laurent (1936-2008) passava temporadas na casa que comprou lá. Também ao cair da tarde, é hora de alugar uma caleche (ou carruagem) e fazer um passeio noturno que, invariavelmente, termina na célebre praça Djemaa el-Fna, onde, dizem, tudo acontece. Barraquinhas de comida misturam-se com encantadores de serpente, músicos, acrobatas, contadores de histórias... Prepare um trocado: você se aproxima e eles pedem uma gorjeta. Durante o dia, é a hora ideal para visitar museus, a medersa (escola corânica) Ben Youssef, os Jardins de Marrakesh, palácios e mesquitas. Marrakesh possui os resorts mais luxuosos, os spas mais bacanas, as lojas mais transadas e os souqs (mercados) mais atraentes do país, portanto prepare-se para esbarrar com hordas de turistas na alta estação. Na hora de barganhar, não esqueça a dica: em geral, o preço do vendedor é o dobro de seu valor real.
CIDADES: MEKNES
Uma das quatro cidades imperiais, Meknes, fundada no século 10, foi por um tempo conhecida como a Versalhes marroquina. Tudo porque, pequena e provinciana, o então sultão Moulay Ismail decidiu torná-la capital em 1672, sobretudo por sua admiração a Luís XIV da França. Ismail, então, construiu palácios e mesquitas, mas, após sua morte, em 1727, Meknes sucumbiu aos seus sucessores e ao terremoto de 1755. Considerada Patrimônio Mundial pela Unesco desde 1996, a graciosa cidade destaca-se por sua agradável tranquilidade – seja nos souks organizados, nas praças bem cuidadas, nos pequenos (e preciosos) museus, nos portões suntuosos e no luxuoso mausoléu de Moulay Ismail (o local de sua tumba não pode ser visitado por não-muçulmanos).
CIDADES: RABAT
A capital do Marrocos não tem o brilho de Marrakesh nem é tão caótica quanto Casablanca. Seu trunfo, ao contrário, está na organização, na limpeza das ruas, na calmaria do povo e na arborização dos parques e praças. Também, pudera: é lá a residência oficial do rei Mohammed VI, o centro político do país e a sede das embaixadas. A região do palácio do rei (fechado a visitações), construído em 1864, possui um belo jardim andaluz, com limoeiros, ciprestes e tamareiras, concebido pelos franceses no início do século 20 – Rabat já era capital durante o domínio da França e manteve o status após a independência. Com certo ar provinciano e 60 quilômetros do belo litoral do Atlântico, a cidade com cerca de 1,7 milhão de habitantes tem sítios históricos importantes. Um dos mais visitados pelos turistas e nativos é a Torre de Hassam, cuja construção foi iniciada em 1195 para ser o mais alto minarete do mundo, mas, interrompida quatro anos depois, ficou inacabada e com “apenas” 44 metros. Em seu entorno, há ainda 200 colunas em estilo romano e o mausoléu real, construído na década de 70, e onde estão enterrados o rei Mohammed V (1909-1961) e seus dois filhos. Vale também uma passada pela Kasbah des Oudaïas – casbá eram as antigas aldeias tribais fortificadas. A pintura em branco e azul das humildes residências lembra os casebres gregos e oferecem uma calma atmosfera durante os passeios. Se achá-la labiríntica, vá direto ao ponto: o Musée National de Bijoux, que, dentro de um palácio do século XVII, abriga uma bela coleção de arte marroquina.
Informações Gerais
Site: www.maroc.ma/PortailInst/An/
População: 32.273.000 hab
Código de área: +212
Fuso horário: 3h (horário de Brasília)
Localização: África
Moeda: Dirham marroquino
Visto: Não é necessário